fonte: RTP
CGTP e Plataforma 15 de Outubro polemizam sobre manifestações
RTP30 Mar, 2012, 18:12 / atualizado em 30 Mar, 2012, 18:22
Mário Cruz, Lusa
Arménio Carlos criticou duramente a Plataforma 15 de Outubro (P 15-O), cuja manifestação fora atacada pela polícia no dia da greve geral. Tiago Castelhano, da P 15-O, responde que o secretário-geral da CGTP parece querer criminalizar uma parte do movimento contra a política de austeridade.
Segundo Arménio Carlos, citado pela Agência Lusa, a manifestação convocada pela P 15-O constituiu "uma manobra para tentar associar a luta dos trabalhadores em Portugal àquilo que se tem passado na Grécia e, mais uma vez, estamos a ser confrontados com uma desinformação orquestrada, porque na Grécia o que aconteceu não tem nada a ver com a luta dos trabalhadores ou do movimento sindical grego, foram sempre iniciativas organizadas por outras entidades, nalguns casos com infiltrados da polícia, para denegrirem a luta dos trabalhadores".
CGTP não quer nada com a P 15-O
Esta tentativa de amalgamar a situação portuguesa com a grega parte, segundo o dirigente da CGTP, "quer [de] algumas organizações que promovem este tipo de iniciativas, quer [d]a própria polícia ao intervir da forma como fez".
Arménio Carlos observa também que, "no espaço de quatro meses, é a segunda vez que isto acontece e nós demarcamo-nos de forma muito objetiva deste tipo de incidentes que, ao invés de ajudarem a valorizar e divulgar os objetivos da luta dos trabalhadores, mais não visam do que desviar as atenções e procurar criar um clima de medo e de preocupação que leve à menor participação dos cidadãos em iniciativas futuras".
O secretário-geral da CGTP afirmou ainda que, das componentes da P 15-O, apenas reconhece como parceiro o grupo "Precários Inflexíveis", com quem está agendada uma reunião para a próxima segunda feira, visando "trocar impressões e perspetivar formas de intervenção conjunta".
P 15-O responde a Arménio Carlos
Pela P 15-O, e solicitado pelo site da RTP a comentar as declarações do líder cêgêtista, Tiago Castelhano pôs em causa este atestado de parceria que a central sindical agora confere com exclusividade aos "Precários Inflexíveis". Segundo Castelhano, "a CGTP tem-se reunido com a P 15-O. Fê-lo antes da greve geral de 24 de Novembro e voltou a fazê-lo antes do 22 de Março. Desta vez, estiveram na reunião os dirigentes da CGTP Libério Domingues e José Torrado. Eu fiz parte da delegação da P 15-O e posso dizer que nem estava lá ninguém dos 'Precários Inflexíveis'".
Quanto ao conteúdo da reunião propriamente dita, Tiago Castelhano recorda que ela decorreu com urbanidade e correcção, mas que não houve acordo em fazer uma manifestação conjunta, porque os dois dirigentes sindicais disseram haver intenção anterior por parte da CGTP de convocar uma manifestação para as 14h. Quanto à convocatória da P 15-O para uma manifestação às 16h, Domingues e Torrado terão afirmado tratar-se de uma hora demasiado tardia para dirigentes sindicais que iriam passar a noite em piquetes de greve e a essa hora já estariam muito fatigados.
Castelhano lamentou que Arménio Carlos não se distancie da repressão policial ocorrida em 22 de Março, "afirmando que não tolera 'vandalismos' e entrando no barco da criminalização de movimentos que lutam contra a política de austeridade do Governo". A isto acrescentou que "é precisamente do lado do Governo que Arménio Carlos recebe, entretanto, os maiores elogios, quando o ministro Miguel Macedo, a tentar aliviar a condenação generalizada da acção policial, vem dizer que a CGTP é que é exemplar e civilizada".
Sem comentários:
Enviar um comentário