quinta-feira, 19 de abril de 2012

Repressão da cidadania

fonte: Público

Acção de despejo
Três detidos após confrontos entre ocupas e polícia no Porto
19.04.2012 - 11:30 Por Cláudia Bancaleiro, Patrícia Carvalho



Pelo menos três pessoas foram detidas nesta quinta-feira manhã após confrontos entre a polícia e elementos do colectivo Es.Col.A que ocupavam a escola da Fontinha, no Porto, e que foram alvo de uma acção de despejo.

Os membros do colectivo – que desde 2011 ocupavam a antiga escola primária com a autorização da Câmara do Porto, como anunciaram em Julho no seu blogue – foram forçados a abandonar o edifício por elementos da PSP e da Polícia Municipal do Porto, que desde as 9h45 barraram o acesso ao espaço.

Elementos do Es.Col.A montaram, por sua vez, barricadas com mesas para impedir a entrada das autoridades.

Durante a entrada da polícia na escola começaram os confrontos, tendo três pessoas sido detidas. Um dos detidos contou ao PÚBLICO que foi agredido pela polícia com um taser, uma arma que dá choques eléctricos. Outros dos ocupas, que também resistiam ao despejo, acusaram igualmente a polícia de agressões.

Uma carrinha ao serviço da câmara do Porto foi impedida de sair da escola com material que terá sido retirado das instalações, quando vários ocupas se sentaram em frente à viatura.

O colectivo Es.Col.A ocupava a antiga escola desde Julho de 2011 e tinha autorização camarária para ali permanecer até Dezembro. A autarquia do Porto acedeu à ocupação do espaço justificando na altura que ainda estava em "fase de negociação” o projecto municipal para aquele edifício, abandonado há cerca de cinco anos. Em Fevereiro, o movimento foi informado que teria que abandonar a escola, prazo que terá sido alargado até Março último. No passado dia 10 a acção de despejo deveria ter ocorrido mas nada aconteceu. Hoje foi concretizada.

No blogue do movimento (http://escoladafontinha.blogspot.pt/) foi avançado pelas 11h15 que o projecto estava a ser despejado e foi feito um apelo a "todos os que estejam perto da Fontinha para apoiar a resistência". Foi também deixada uma crítica à autarquia: "A Câmara Municipal do Porto, ao não ter cumprido com o acordado, está a tentar matar algo que reabilita a zona do centro do Porto e que tem o apoio da população"."O Es.Col.A não será nunca despejado, porque não se podem despejar uma ideia", acrescenta.


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