Desencadeadas acções para despejar manifestantes
Indignados querem revolução na City de Londres
28.10.2011 - 19:15
A catedral de São Paulo reabriu as portas nesta sexta-feira (Paul Hackett/Reuters)
A City de Londres e os responsáveis da catedral de São Paulo vão avançar com acções legais para desalojar os manifestantes acampados junto ao edifício. A resposta dos tribunais pode demorar semanas e, num sinal de que não vão abandonar tão cedo o espaço, os indignados londrinos propõem uma reforma da entidade que governa o coração financeiro da cidade.
A corporação da City de Londres “não responde perante ninguém a não ser a si mesma, tendo durante séculos influenciado o Governo de forma imprópria. Isto não é democracia”, acusou o movimento Ocupa a Bolsa de Londres. A centenária instituição gere a “milha quadrada” que esteve na génese de Londres e onde hoje estão sediadas as principais instituições financeiras da cidade. Além dos rituais centenários e de uma ampla autonomia, a City possui polícia e tribunais próprios, tem representação permanente no Parlamento e uma das suas missões é “promover a City como líder mundial em serviços financeiros”, sendo vista como representante desses interesses. Não estranha, por isso, que tenha sido tomada por alvo dos que a 15 de Outubro, depois do protesto mundial contra a ganância dos mercados, acamparam junto à catedral, bem perto da bolsa londrina.
A lista de propostas apresentada pelos manifestantes é de difícil concretização – além da reforma da instituição, do fim das suas actividades de lobby, pede-se também uma comissão para “investigar a corrupção na City” –, mas pode também dar novo alento ao grupo. “Até agora as suas reivindicações eram confusas, mas ao declararem que o seu objectivo é a democratização de Londres” os manifestantes visam “a fonte do poder financeiro dentro do Estado britânico”, disse ao Guardian o lorde trabalhista Maurice Glasman.
A corporação não respondeu ao desafio mas, ao final da manhã, decidiu avançar para tribunal a fim de desocupar a praça. “O direito de manifestação é essencial em democracia, mas acampar na via pública não é”, disse à BBC Michael Welbank, presidente da comissão de planeamento da City. Um argumento semelhante ao usado pelo primeiro-ministro britânico. “Sou a favor do direito à manifestação, mas não vejo que esse direito deva incluir a liberdade de montar uma tenda em qualquer parte de Londres”, disse David Cameron, admitindo estudar alterações à lei para barrar estas acções.
A catedral reabriu nesta sexta-feira as portas aos fiéis e turistas – fonte de receitas diárias superiores a 20 mil euros –, na mesma altura em que os seus responsáveis confirmavam ter dado início a uma acção judicial. Esta iniciativa “tornou-se lamentavelmente necessária”, anunciou a entidade que gere o templo, adiantando que continuará a dialogar com os manifestantes com vista a uma “solução pacífica”.
Podem passar meses até uma decisão final dos tribunais e o movimento avisa que vai continuar na praça “enquanto for possível e eficaz”. Mas o protesto deixou já marcas na Igreja anglicana, acusada pela direita de ter permitido que o protesto levasse ao encerramento da catedral e pelos sectores mais liberais de, ao avançar para tribunal, se colocar ao lado dos interesses financeiros.
A City de Londres e os responsáveis da catedral de São Paulo vão avançar com acções legais para desalojar os manifestantes acampados junto ao edifício. A resposta dos tribunais pode demorar semanas e, num sinal de que não vão abandonar tão cedo o espaço, os indignados londrinos propõem uma reforma da entidade que governa o coração financeiro da cidade.
A corporação da City de Londres “não responde perante ninguém a não ser a si mesma, tendo durante séculos influenciado o Governo de forma imprópria. Isto não é democracia”, acusou o movimento Ocupa a Bolsa de Londres. A centenária instituição gere a “milha quadrada” que esteve na génese de Londres e onde hoje estão sediadas as principais instituições financeiras da cidade. Além dos rituais centenários e de uma ampla autonomia, a City possui polícia e tribunais próprios, tem representação permanente no Parlamento e uma das suas missões é “promover a City como líder mundial em serviços financeiros”, sendo vista como representante desses interesses. Não estranha, por isso, que tenha sido tomada por alvo dos que a 15 de Outubro, depois do protesto mundial contra a ganância dos mercados, acamparam junto à catedral, bem perto da bolsa londrina.
A lista de propostas apresentada pelos manifestantes é de difícil concretização – além da reforma da instituição, do fim das suas actividades de lobby, pede-se também uma comissão para “investigar a corrupção na City” –, mas pode também dar novo alento ao grupo. “Até agora as suas reivindicações eram confusas, mas ao declararem que o seu objectivo é a democratização de Londres” os manifestantes visam “a fonte do poder financeiro dentro do Estado britânico”, disse ao Guardian o lorde trabalhista Maurice Glasman.
A corporação não respondeu ao desafio mas, ao final da manhã, decidiu avançar para tribunal a fim de desocupar a praça. “O direito de manifestação é essencial em democracia, mas acampar na via pública não é”, disse à BBC Michael Welbank, presidente da comissão de planeamento da City. Um argumento semelhante ao usado pelo primeiro-ministro britânico. “Sou a favor do direito à manifestação, mas não vejo que esse direito deva incluir a liberdade de montar uma tenda em qualquer parte de Londres”, disse David Cameron, admitindo estudar alterações à lei para barrar estas acções.
A catedral reabriu nesta sexta-feira as portas aos fiéis e turistas – fonte de receitas diárias superiores a 20 mil euros –, na mesma altura em que os seus responsáveis confirmavam ter dado início a uma acção judicial. Esta iniciativa “tornou-se lamentavelmente necessária”, anunciou a entidade que gere o templo, adiantando que continuará a dialogar com os manifestantes com vista a uma “solução pacífica”.
Podem passar meses até uma decisão final dos tribunais e o movimento avisa que vai continuar na praça “enquanto for possível e eficaz”. Mas o protesto deixou já marcas na Igreja anglicana, acusada pela direita de ter permitido que o protesto levasse ao encerramento da catedral e pelos sectores mais liberais de, ao avançar para tribunal, se colocar ao lado dos interesses financeiros.
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