Protagonistas da crise de 1962 aprovam moção contra "violência policial"
Estudantes da crise académica de 1962, incluindo o ex-Presidente da república Jorge Sampaio, aprovaram hoje uma moção de repúdio pelos actos de violência policial de quinta-feira e enviaram um protesto aos principais órgãos de soberania.
24 Março 2012
A moção foi aprovada na sequência de um almoço, na cantina da Cidade Universitária, em Lisboa, que hoje reuniu mais de 400 estudantes que há 50 anos realizaram "luto académico" após uma carga policial na alameda do Campo Grande.
"Há dois dias, vimos nas televisões as imagens de polícias carregando de novo sobre jovens, com uma violência desmedida e desproporcionada. Mais vimos o espancamento de jornalistas, pondo em risco a isenta cobertura da carga policial", refere a moção hoje lida por Maria João Gerardo e Artur Pinto, da comissão organizadora do evento de hoje, para mais 400 pessoas, que aplaudiram o texto.
Após considerem que "os jovens de 1962 não podem tolerar em democracia o que repudiavam em ditadura", os participantes na crise académica de 1962 decidiram em primeiro lugar "manifestar o seu repúdio pelos actos de violência policial verificados em Lisboa e Porto a 22 de Março de 2012".
No segundo ponto da moção, foi ainda decidido "dar conhecimento desse repúdio a Suas Excelências o Presidente da República, a Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro; o Ministro da Administração Interna, o Inspector-geral da Administração Interno e o Sr. Provedor de Justiça, assim como aos órgãos de Comunicação Social".
Entre os presentes no almoço de hoje estavam, além de Jorge Sampaio, um dos protagonistas da contestação de 1962, os socialistas Medeiros Ferreira e Vera Jardim, o provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa.
Sem comentários:
Enviar um comentário