domingo, 22 de janeiro de 2012

21-1-12

fonte: Público

Nacionalistas provocam confrontos em manifestação contra medidas de austeridade
21.01.2012 - 17:51 Por Catarina Gomes


Protestos contra o Governo voltaram a ouvir-se em Lisboa (Miguel Manso/foto iphone)

Cerca de 1500 pessoas percorreram neste sábado as ruas do Marquês de Pombal até ao Parlamento, em Lisboa. Os protestos são contras as medidas de austeridade e o que estão a fazer à vida dos portugueses, resume Gonçalo Fonseca, que falou em nome da Plataforma 15 de Outubro, que junta 41 movimentos independentes.

Cerca de 1500 pessoas percorreram neste sábado as ruas do Marquês de Pombal até ao Parlamento, em Lisboa. Os protestos são contras as medidas de austeridade e o que estão a fazer à vida dos portugueses, resume Gonçalo Fonseca, que falou em nome da Plataforma 15 de Outubro, que junta 41 movimentos independentes.

Os lamentos de Cavaco Silva quanto aos seus rendimentos estiveram na boca de muitos manifestantes. O protesto ficou marcado por confrontos com um grupo de nacionalistas.

“Cavaco pobrezinho! Podes Emigrar”, lê-se no cartaz que Vítor, funcionário de 57 anos numa escola, segura nas mãos. O dia está bonito e ele esteve mesmo para ir fazer uma caminhada, mas quando ouviu o presidente da República a dizer que “mal ganhava para as despesas” não aguentou. E veio, sozinho, “dar o seu contributo para o futuro do país: o Presidente pode emigrar, era menos um com dificuldades” graceja.

Mais atrás, Leandro Viola, “reformado indignado”, caminha vagaroso, amparado pela mulher. Tem 76 anos e tem uma reforma “que não chega para ao ordenado mínimo, mal chega para os medicamentos”.

Participaram cerca de 1500 pessoas, estima o chefe da Divisão de Trânsito da PDP, Celestino Nunes. A organização não avança com números de manifestantes.

No protesto vêem-se sobretudo rostos de jovens, com grupos muito variados, desde o Movimento de Amigos de José Afonso até grupos que defendem hortas urbanas. Carolina Madeira, bióloga de 23 anos, tem para oferecer “Abraços Grátis” e explica que veio com os amigos para defender que “a mudança começa em nós, se partilharmos os nosso sonhos com amor”. Num placard branco sobre rodas Carolina e amigos convidam os manifestantes a deixar escritos as suas “visões, sonhos e soluções para Portugal”.

De megafone em punho, pede-se “o direito à alegria” e oferece-se “o abracinho”, com o tom de quem oferece pechinchas na feira. Carolina continua a sorrir mesmo depois do episódio “muito triste” que aconteceu não muito longe de onde ela está.

Confrontos com nacionalistas

Cerca de 15 membros do Movimento de Oposição Nacional, que se afirma como nacionalista, juntaram-se à cauda do protesto e logo tiveram reacções de repúdio. “Fascismo nunca mais, 25 de Abril Sempre”, gritaram vários jovens, alguns deles usando máscara. Francisco Garcia dos Santos, um dos elementos do grupo nacionalista explica que foram mal recebidos e agredidos pela “pedrada de um pseudo-democrata”, dizendo que um dos elementos teve que ir para o hospital.

No final dos confrontos, um dos manifestantes que vaiou o grupo subiu para o cimo de uma paragem de autocarro e queimou uma bandeira do grupo nacionalista.

O corpo de intervenção da PSP interveio e separou o grupo nacionalista do resto dos manifestantes. O grupo manteve-se na marcha mas foi mantido a distância em relação ao corpo do protesto, estando rodeado por cerca de 25 polícias.

Título alterado às 19h21

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