Líder do PS-Aveiro diz que Portugal deve “marimbar-se” para os credores
Posição inflamada foi assumida durante um jantar de Natal socialista.
Pedro Nuno Santos considera que em primeiro lugar estão os portugueses e que se deve declarar guerra aos banqueiros.
15-12-2011 7:50 por Paula Caeiro Varela
Um vice-presidente da bancada parlamentar do PS defende que Portugal devia ameaçar deixar de pagar a dívida externa. O deputado socialista Pedro Nuno Santos, líder do PS-Aveiro, sustenta que o Governo devia ignorar as exigências dos credores internacionais e dessa forma poupar os portugueses aos sacrifícios a que estão a ser obrigados.
“A primeira responsabilidade de um primeiro-ministro é tratar do seu povo. Na situação em nós vivemos, estou-me marimbando para os credores e não tenho qualquer problema enquanto político e deputado de o dizer. Porque em primeiro lugar, antes dos banqueiros alemães ou franceses, estão os portugueses”, disse Pedro Nuno Santos no último fim-de-semana, durante um jantar de Natal socialista de Castelo de Paiva.
No mesmo discurso disse estar-se “marimbando” para o banco alemão que emprestou dinheiro a Portugal nas condições em que o fez, lembrando que o país tem um trunfo: “Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses - ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. As pernas dos banqueiros alemães até tremem”. Pedro Nuno Santos defende que estamos numa guerra política e que os líderes europeus devem usar todas as armas do jogo. “Provavelmente nunca jogaram póquer e não sabem que estamos numa guerra política e que o bluff é uma arma”.
Em relação à questão da dívida afirmou: “Nós temos primeiros-ministros na Europa que estão mais preocupados em passar uma mensagem aos credores: que nós somos gente responsável; não se preocupem, nós vamos pagar a dívida toda, nem que o nosso povo corte os pulsos e passe fome, mas nós vamos tratar de pagar a nossa dívida”.
Declarações foram registadas pela Rádio Paivense FM.
A Renascença confrontou o líder da bancada socialista com estas declarações do seu vice-presidente. Carlos Zorrinho diz que mantém a confiança em Pedro Nuno Santos, embora discorde da posição que tomou contra o pagamento da dívida, palavras que na sua opinião devem ser compreendidas à luz do contexto em que foram proferidas. “O Pedro Nuno teve uma imagética forte para expressar de forma caricatural a ideia de que devemos pagar a dívida obviamente – que é uma grande prioridade – mas nunca devemos esquecer as pessoas e o impacto desse pagamento”.
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VICE-PRESIDENTE DA BANCADA PARLAMENTAR DO PS
"Governo deve impor condições mais favoráveis ao pagamento da dívida do país"
Posição inflamada foi assumida durante um jantar de Natal socialista.
Pedro Nuno Santos considera que em primeiro lugar estão os portugueses e que se deve declarar guerra aos banqueiros.
15-12-2011 7:50 por Paula Caeiro Varela
Pedro Nuno Santos: "Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos"
Um vice-presidente da bancada parlamentar do PS defende que Portugal devia ameaçar deixar de pagar a dívida externa. O deputado socialista Pedro Nuno Santos, líder do PS-Aveiro, sustenta que o Governo devia ignorar as exigências dos credores internacionais e dessa forma poupar os portugueses aos sacrifícios a que estão a ser obrigados.
“A primeira responsabilidade de um primeiro-ministro é tratar do seu povo. Na situação em nós vivemos, estou-me marimbando para os credores e não tenho qualquer problema enquanto político e deputado de o dizer. Porque em primeiro lugar, antes dos banqueiros alemães ou franceses, estão os portugueses”, disse Pedro Nuno Santos no último fim-de-semana, durante um jantar de Natal socialista de Castelo de Paiva.
No mesmo discurso disse estar-se “marimbando” para o banco alemão que emprestou dinheiro a Portugal nas condições em que o fez, lembrando que o país tem um trunfo: “Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses - ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. As pernas dos banqueiros alemães até tremem”. Pedro Nuno Santos defende que estamos numa guerra política e que os líderes europeus devem usar todas as armas do jogo. “Provavelmente nunca jogaram póquer e não sabem que estamos numa guerra política e que o bluff é uma arma”.
Em relação à questão da dívida afirmou: “Nós temos primeiros-ministros na Europa que estão mais preocupados em passar uma mensagem aos credores: que nós somos gente responsável; não se preocupem, nós vamos pagar a dívida toda, nem que o nosso povo corte os pulsos e passe fome, mas nós vamos tratar de pagar a nossa dívida”.
Declarações foram registadas pela Rádio Paivense FM.
A Renascença confrontou o líder da bancada socialista com estas declarações do seu vice-presidente. Carlos Zorrinho diz que mantém a confiança em Pedro Nuno Santos, embora discorde da posição que tomou contra o pagamento da dívida, palavras que na sua opinião devem ser compreendidas à luz do contexto em que foram proferidas. “O Pedro Nuno teve uma imagética forte para expressar de forma caricatural a ideia de que devemos pagar a dívida obviamente – que é uma grande prioridade – mas nunca devemos esquecer as pessoas e o impacto desse pagamento”.
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fonte: Rádio Renascença
VICE-PRESIDENTE DA BANCADA PARLAMENTAR DO PS
"Governo deve impor condições mais favoráveis ao pagamento da dívida do país"
Deputado Pedro Nuno Santos (PS) explica-se. Declarações à jornalista Carla Fino
Pedro Nuno Santos reitera que Portugal pode ameaçar os credores com o não pagamento da dívida.
15-12-2011 9:18
O vice-presidente da bancada parlamentar do PS reafirma àRenascença o que disse durante um jantar de Natal em Castelo de Paiva: “O Governo português tem obrigação de defender os interesses do seu povo” e “deve usar todas as armas ao seu dispor para impor condições mais favoráveis ao pagamento da própria dívida”.
“Eu não disse que o Governo português não deve pagar a dívida e honrar os seus compromissos. Aquilo que eu digo na minha intervenção é que o Governo português tem obrigação de defender os interesses do seu povo e que os interesses do povo que o elegeu estão em primeiro lugar. Numa situação de grande dificuldade, e se se agravar, o Governo deve usar todas as armas negociais ao seu dispor para impor condições mais favoráveis ao pagamento da própria dívida”, explica.
Mas e que armas são essas? “Só temos uma arma: a própria dívida”, responde.
“Aquilo que é verdadeiramente importante é que, quando há um processo negocial e uma situação de grande dificuldade, haja uma disputa entre países que estão em dificuldades e os países que são credores e o Governo deve defender os interesses do seu povo nesse processo negocial”, reafirma o também líder do PS-Aveiro.
"Poupar os portugueses" à austeridade
No jantar partidário de Natal em Castelo de Paiva, no sábado (dia 10), Pedro Nuno Santos, membro da comissão parlamentar de acompanhamento das medidas da “troika”, defendeu a possibilidade de Portugal não pagar a dívida externa, dizendo mesmo que Governo devia ignorar as exigências dos credores internacionais e assim poupar os portugueses à austeridade.
“Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses - ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. As pernas dos banqueiros alemães até tremem”, afirmou.
Quem já reagiu às declarações foi o líder da bancada parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, que, em declarações à Renascença, procurou colocar água na fervura. Discorda da tese do não pagamento da dívida, mas reafirma a confiança no seu vice-presidente.
O vice-presidente da bancada parlamentar do PS reafirma àRenascença o que disse durante um jantar de Natal em Castelo de Paiva: “O Governo português tem obrigação de defender os interesses do seu povo” e “deve usar todas as armas ao seu dispor para impor condições mais favoráveis ao pagamento da própria dívida”.
“Eu não disse que o Governo português não deve pagar a dívida e honrar os seus compromissos. Aquilo que eu digo na minha intervenção é que o Governo português tem obrigação de defender os interesses do seu povo e que os interesses do povo que o elegeu estão em primeiro lugar. Numa situação de grande dificuldade, e se se agravar, o Governo deve usar todas as armas negociais ao seu dispor para impor condições mais favoráveis ao pagamento da própria dívida”, explica.
Mas e que armas são essas? “Só temos uma arma: a própria dívida”, responde.
“Aquilo que é verdadeiramente importante é que, quando há um processo negocial e uma situação de grande dificuldade, haja uma disputa entre países que estão em dificuldades e os países que são credores e o Governo deve defender os interesses do seu povo nesse processo negocial”, reafirma o também líder do PS-Aveiro.
"Poupar os portugueses" à austeridade
No jantar partidário de Natal em Castelo de Paiva, no sábado (dia 10), Pedro Nuno Santos, membro da comissão parlamentar de acompanhamento das medidas da “troika”, defendeu a possibilidade de Portugal não pagar a dívida externa, dizendo mesmo que Governo devia ignorar as exigências dos credores internacionais e assim poupar os portugueses à austeridade.
“Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses - ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. As pernas dos banqueiros alemães até tremem”, afirmou.
Quem já reagiu às declarações foi o líder da bancada parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, que, em declarações à Renascença, procurou colocar água na fervura. Discorda da tese do não pagamento da dívida, mas reafirma a confiança no seu vice-presidente.
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