fonte: Económico
Protestos
Clube dos 99% enche as ruas em 2011
Bárbara Silva, 28/12/11 09:03
“Indignados” europeus, “ocupantes” norte-americanos e “revoltados” russos saíram às ruas em todo o mundo contra os erros da elite política e financeira.
2011 ficará para a História como o ano de todos os protestos. Das violentas revoltas populares nos países árabes - que resultaram na queda de ditadores -, aos indignados espanhóis e gregos, passando pela "geração à rasca" em Portugal, até ao movimento "Occupy Wall Street" nos EUA, ao dia mundial da indignação, assinalado a 15 de Outubro, e culminando nas manifestações anti-governo na Rússia.
Como já não acontecia há mais de 20 anos, nos últimos 12 meses as pessoas saíram à rua aos milhares, um pouco por todo o mundo, para fazer ouvir a sua voz e mostrar o descontentamento contra o desemprego, as desigualdades sociais, contra a crise e as medidas de austeridade, contra o poder dos mercados financeiros. Por isso mesmo, a revista Time elegeu a figura de "O Manifestante" como Pessoa do Ano.
Apesar das diferentes motivações, os manifestantes de todo o mundo têm em comum o sentimento de que é a maioria a pagar um preço demasiado alto pelos erros da elite empresarial, financeira e política. "A perda de confiança nos governos e nas instituições para gerir a crise financeira e responder às exigências populares, é comum tanto aos indignados na Europa como aos ocupantes nos EUA", disse ao Diário Económico Jonathan Wood, analista da consultora Control Risks, sublinhando que "a perda de legitimidades dos governos pode ter consequências graves", com "os protestos civis a ganhar força política".
As palavras de ordem escritas no cartaz de um manifestante do movimento "Occupy Wall Street", em Nova Iorque, resumem 2011: "Primavera árabe, Verão europeu, Outono americano". Logo a 12 de Março, Lisboa foi palco de uma manifestação inédita desde a revolução de Abril de 1974, que contou com a participação de cerca de 200 mil pessoas em protesto contra a precariedade dos jovens. Através das redes sociais, como o Facebook, a chamada "Geração à Rasca" conseguiu mobilizar a sociedade portuguesa para o problema do desemprego jovem (menos de 25 anos) que aumentou de 27% para 30% no terceiro trimestre de 2011, contribuindo para uma subida da taxa de desemprego nacional para os 12,4%. As manifestações repetiram-se a 15 de Outubro e na greve geral de 24 de Novembro, estando já agendado um novo dia de luta para 21 de Janeiro.
Com os números de desemprego mais elevados da Europa (48% dos jovens e 22%,6% no global), em Maio foi a vez dos espanhóis atraírem os olhares do mundo com a criação do movimento "Los Indignados" (inspirado no livro "Indignez-vous" do ex-diplomata francês Stéphane Hessel), ou movimento "15-M", e a ocupação em massa da praça Portas do Sol, em Madrid, durante quatro semanas, exigindo uma "democracia real" e mudanças no sistema político.
Clube dos 99% enche as ruas em 2011
Bárbara Silva, 28/12/11 09:03
“Indignados” europeus, “ocupantes” norte-americanos e “revoltados” russos saíram às ruas em todo o mundo contra os erros da elite política e financeira.
2011 ficará para a História como o ano de todos os protestos. Das violentas revoltas populares nos países árabes - que resultaram na queda de ditadores -, aos indignados espanhóis e gregos, passando pela "geração à rasca" em Portugal, até ao movimento "Occupy Wall Street" nos EUA, ao dia mundial da indignação, assinalado a 15 de Outubro, e culminando nas manifestações anti-governo na Rússia.
Como já não acontecia há mais de 20 anos, nos últimos 12 meses as pessoas saíram à rua aos milhares, um pouco por todo o mundo, para fazer ouvir a sua voz e mostrar o descontentamento contra o desemprego, as desigualdades sociais, contra a crise e as medidas de austeridade, contra o poder dos mercados financeiros. Por isso mesmo, a revista Time elegeu a figura de "O Manifestante" como Pessoa do Ano.
Apesar das diferentes motivações, os manifestantes de todo o mundo têm em comum o sentimento de que é a maioria a pagar um preço demasiado alto pelos erros da elite empresarial, financeira e política. "A perda de confiança nos governos e nas instituições para gerir a crise financeira e responder às exigências populares, é comum tanto aos indignados na Europa como aos ocupantes nos EUA", disse ao Diário Económico Jonathan Wood, analista da consultora Control Risks, sublinhando que "a perda de legitimidades dos governos pode ter consequências graves", com "os protestos civis a ganhar força política".
As palavras de ordem escritas no cartaz de um manifestante do movimento "Occupy Wall Street", em Nova Iorque, resumem 2011: "Primavera árabe, Verão europeu, Outono americano". Logo a 12 de Março, Lisboa foi palco de uma manifestação inédita desde a revolução de Abril de 1974, que contou com a participação de cerca de 200 mil pessoas em protesto contra a precariedade dos jovens. Através das redes sociais, como o Facebook, a chamada "Geração à Rasca" conseguiu mobilizar a sociedade portuguesa para o problema do desemprego jovem (menos de 25 anos) que aumentou de 27% para 30% no terceiro trimestre de 2011, contribuindo para uma subida da taxa de desemprego nacional para os 12,4%. As manifestações repetiram-se a 15 de Outubro e na greve geral de 24 de Novembro, estando já agendado um novo dia de luta para 21 de Janeiro.
Com os números de desemprego mais elevados da Europa (48% dos jovens e 22%,6% no global), em Maio foi a vez dos espanhóis atraírem os olhares do mundo com a criação do movimento "Los Indignados" (inspirado no livro "Indignez-vous" do ex-diplomata francês Stéphane Hessel), ou movimento "15-M", e a ocupação em massa da praça Portas do Sol, em Madrid, durante quatro semanas, exigindo uma "democracia real" e mudanças no sistema político.
Sei que os tempos não estão para grandes optimismos mas o futuro pode estar nas nossas mãos se soubermos exercer os poucos direitos que ainda nos restam. Aqui deixo o meu desejo de um 2012 tão bom quanto o possível.
ResponderEliminarKaos
Wehavekaosinthegarden.blogspot.com