terça-feira, 1 de novembro de 2011

Recessão por dez anos?

fonte: Agência Financeira

Portugal com «risco elevado» de tensões sociais
OIT divulga novo índice e diz que Portugal está entre os países mais preocupantes
Por Redacção PGM, 2011-10-31 20:24

A Organização Internacional de Trabalho (OIT) apresenta num estudo publicado esta segunda-feira um novo índice de «tensão social», que reflecte os níveis de descontentamento social pela forma como os sacrifícios impostos pela crise estão a ser distribuídos e também pelo desemprego e pelas dificuldades em encontrar trabalho. Portugal está entre os países do mundo com maiores riscos de tumultos sociais.

Além de Portugal, há mais seis países europeus com risco elevado: Grécia, Espanha, França, Estónia, Eslovénia e Irlanda. Todos países em que mais de 70% dos inquiridos estão descontentes com a situação do mercado laboral.

Em quase metade (45%) dos 118 países analisados pela OIT, a tensão social está a aumentar, nomeadamente nos EUA, Europa, países árabes e, em menor medida, na Ásia. Por outro lado, o risco social estabilizou-se ou diminui na África Subsahariana e na América Latina.

No caso da Europa, a OIT avisa que a crise da dívida pode gerar uma recessão que dure uma década inteira e isso pode descambar em tumultos sociais.

«O crescimento económico das principais economias avançadas entrou numa fase de estagnação e alguns países voltaram a mergulhar na recessão, como na Europa», escreve a OIT, acrescentando que os programas de apoio ao emprego e à criação de postos de trabalho podem ser afectados pelas medidas de austeridade, perdendo o seu efeito de amortecedor dos impactos da recessão.

A OIT identifica uma espécie de ciclo vicioso que pode precipitar convulsões sociais: a fragilidade da economia afecta o emprego e as condições sociais, que por sua vez afectam o consumo e o investimento, o que volta a pressionar ainda mais a economia. Para quebrar esta rotina, a OIT quer que os mercados sejam postos ao serviço do emprego. O problema, diz, é precisamente que o emprego não tem recebido a atenção devida, uma vez que os governos têm centrado esforços em aplacar os mercados financeiros.

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