terça-feira, 11 de outubro de 2011

Protesto global

fonte: RTP

Indignados protestam a 15 de outubro em todo o mundo
publicado 09:42 11 outubro '11


Os protestos dos indignados em Nova Iorque e em Washington já duras há várias semanas
EPA/SHAWN THEW

Para o próximo sábado, 15 de outubro, está marcado um protesto a nível global, com mais de 400 iniciativas previstas em mais de 45 países. Várias cidades portuguesas incluindo Lisboa, Porto, Angra do Heroísmo, Braga, Coimbra e Évora vão ser palco dessas manifestações pacíficas.

O protesto divulgado pelo site com o nome “United for Global Change” (Unidos para a Mudança Global), afirma que “na América, Ásia, África e Europa, a população está a preparar-se para reivindicar os seus direitos e exigir uma verdadeira democracia, num protesto global, não violento”.

“Unidos numa só voz, vamos dizer aos políticos e às elites financeiras que cabe ao povo decidir o seu futuro”, frisam os organizadores que acrescentam: “No dia 15 de outubro, vamos encontrar-nos nas ruas para revelar as mudanças globais que queremos. Vamos demonstrar falar e organizar pacificamente até que nos escutem”.

“Está na hora de nos unirmos. Está na hora de nos escutarem”, remata o comunicado lançado na net que apela aos cidadãos de todo o mundo para que participem neste protesto.

Segundo o site, sábado ocorrem protestos em mais de 70 cidades norte-americanas, entre as quais Washington, Los Angeles, Chicago, Miami e Dallas.

“Ocupa Wall Street” deverá estender-se no tempo
O protesto dos indignados em Nova Iorque, que já entrou na quarta semana consecutiva, está para durar, depois do "mayor" nova-iorquino ter revelado que “os manifestantes podem ficar por tempo indeterminado, desde que cumpram a lei”.

“A questão de fundo é que as pessoas querem expressar-se, e enquanto obedecerem à lei, nós autorizamo-las. No entanto, serão tomadas as medidas supostas em caso de infrações”, revelou Michael Bloomberg.

Em Nova Iorque, a polícia já gastou cerca de 1,4 milhões de euros, sobretudo em horas extraordinárias, com o policiamento à zona de Zuccotti, onde está instalado o acampamento.

Mas nos Estados Unidos, os protestos não se cingem só a Nova Iorque, também em Washington os indignados conseguiram uma extensão de quatro meses para acampar junto à Casa Branca. Em Boston, centenas de estudantes universitários protestaram contra o sistema educativo.

Manifestações em Portugal
Em Lisboa, o protesto vai começar às 15h00 com uma manifestação que começará na Praça Marquês de Pombal com rumo à Assembleia da República, onde às 18h00 vai decorrer uma assembleia popular, na qual vai ser apresentada uma “auditoria cidadã à dívida pública”.

“Neste momento estamos a pagar por algo que não sabemos de onde vem(…) nem a quem devemos”, afirmou à Lusa Paula Gil, dirigente do movimento 12 de março (M12M), uma das quase 30 organizações que convocaram o desfile em Lisboa.

“Terminar o desfile no sábado na Assembleia da República é simbólico e pretende lembrar aos deputados de que a voz dos cidadãos tem de ser ouvida. As políticas têm que ser discutidas com as pessoas”, acrescentou.

Hoje ao início da manhã, na página da rede social, Facebook, denominada “15 de Outubro a democracia sai à rua”, quase seis mil pessoas já revelaram que vão participar no protesto do próximo sábado e mais de 64 mil ainda estão indecisas. No entanto, mais de oito mil já decidiram que não participam.

Segundo uma dos promotores do protesto no Facebook, “há um acompanhamento constante, com uma monotorização 24 horas por dia, para que não sejam aceites comentários de âmbito xenófobo ou que violem de qualquer outro modo os direitos das pessoas”.

“Apelos à violência também são apagados. E os autores dos comentários apagados são informados da decisão das razões que originaram a sua eliminação”, disse.

Além de Lisboa, em Portugal o protesto realiza-se também na Praça da Batalha (Porto), Praça Velha (Angra do Heroísmo), Avenida Central (Braga), Praça da República (Coimbra), Praça do Sertório (Évora) e Jardim Manuel Bivar (Faro).

Espanha foi dos primeiros países a aderir
Os indignados espanhóis foram os primeiros a aderir ao movimento, em maio passado, e no próximo sábado vão reunir-se no centro de Madrid, tal como fizeram da jornada de protesto do passado dia 19 de junho que conseguiu reunir cerca de 200 mil pessoas de todo o país.

“Estamos muito contentes que Nova Iorque tenha conseguido uma grande visibilidade”, revelou à APF, o porta-voz da plataforma espanhola “Democracia Real Já!”, a organização que teve na origem o surgimento do movimento dos indignados espanhóis contra o desemprego e a crise.

“Isto m ostra que está é uma questão que não diz só respeito a Espanha, mas sim ao mundo inteiro, porque a crise é global, os mercados operam à escala global”, frisoou Jon Aguire Such, que acrescentou que “unidos sob uma única voz vamos dizer aos políticos e às elites financeiras que eles servem, que agora somos nós, o povo, a decidir o nosso futuro”.

O protesto em Espanha acontece um mês antes das eleições gerais antecipadas prevista para 20 de novembro.

Bélgica e Suíça também recebem protestos
As cidades suíças de Zurique, Genebra e Basileia também vão receber indignados que vão protestar contra o poder do sector bancário. Um milhar de pessoas são esperadas no próximo sábado na Paradeplatz de Zurique, a praça emblemática da finança helvética, onde se encontram as sedes dos bancos USB e Credit Suisse.

“Os bancos contam mais que os cidadãos. Não deveria ser assim. Temos de corrigir a situação”, afirmou um dos organizadores do protesto dos indignados na Suíça.

Em Bruxelas já estão desde o passado sábado cerca de 200 ativistas indignados originários de Espanha e França.

Os ativistas, que contestam a crise atual e o agravamento das condições de vida, ainda não têm autorização da polícia belga para acampar no parque Elisabeth, perto da basílica nacional.

Protestos em Israel
Telavive é uma das cidades que consta do mapa do movimento global do próximo sábado. O manifesto para a marcha em Israel alerta contra aquilo que os organizadores consideram “os perigos do sistema capitalista”.

Segundo uma ativista israelita, “está agendada uma marcha que vai culminar na praça do museu de arte de Telavive onde vão ser transmitidas num ecrã gigante e em tempo real as manifestações em outras frentes mundiais”.

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