segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Movimento apartidário apela aos partidos

fonte: TVI


«Estado de graça» do Governo preocupa indignados
Por: Catarina Pereira | 10- 10- 2011 12: 49


Manifestações no próximo sábado em várias cidades por todo o mundo e oito portuguesas. Objectivo é «despertar» as pessoas. Políticos convidados a participar
A proposta partiu de Espanha e propagou-se um pouco por todo o mundo. No dia 15 de Outubro, este sábado, em mais de 40 países, os indignados vão sair à rua para exigir uma «mudança global». Por cá, Lisboa, Porto, Angra do Heroísmo, Braga, Coimbra, Évora, Faro e Santarém não vão faltar.

Sete meses depois da grande manifestação que juntou mais de 200 mil só na capital portuguesa, a «Geração à Rasca» tem agora uma «responsabilidade acrescida», mas teme um novo «factor de desmobilização».

«O Governo ainda está num certo estado de graça e ainda há uma certa esperança de que as medidas já tomadas na Grécia tenham, milagrosamente, exactamente o efeito contrário cá», lamentou ao tvi24.pt João Labrincha, do Movimento 12 de Março (M12M).

O jovem desempregado considera que a «forma inevitável» como foi apresentado o programa de assistência internacional, «tanto pelo anterior Governo como por este», fez com que muitos «ainda não tenham percebido que o nosso caminho é o da Grécia, o da degradação da economia».

«O nosso primeiro-ministro até diz que dentro de nove meses estaremos a chegar ao paraíso. É propaganda que faz parte da sua agenda política», criticou.

O objectivo, portanto, é «despertar essas pessoas para a política e a participação activa, para que criem a sua própria opinião e estejam mais atentas». Resta saber quantos estarão interessados. «Se estiverem menos de 200 mil pessoas não vou ficar desiludido. A 12 de Março eu pensava que iam estar cinco mil...», recordou João Labrincha.

O M12M, um dos muitos movimentos que se juntaram a esta iniciativa internacional, espera ainda uns convidados especiais. «Espero que apareçam políticos de todos os partidos, isso beneficia o protesto».

A lição do 12 de Março

Havendo um «contexto diferente» em Portugal, João Labrincha espera um protesto «mais incisivo» este sábado.«A 12 de Março chamámos a atenção para a precariedade laboral, foi mais genérico, por isso mais pessoas se sentiram identificadas. Este é muito específico», explicou.

O M12M pegou nas «críticas» à primeira manifestação e percebeu que tinha de «fazer diferente». «Esse foi um protesto de indignação puro, agora trazemos propostas concretas», disse.

A nacionalização dos recursos naturais, a necessidade de taxação e regulação do sector especulativo, uma democracia mais participativa e uma auditoria à dívida são as tais propostas.

E depois da rua?

Até sábado, é preciso enviar e-mails, pôr a circular uma SMS, divulgar cartazes e iniciativas pela Internet. E depois? «A pressão desta vez é diferente. Haverá uma maior continuidade, porque estão envolvidas muitas organizações que fazem activismo no seu dia-a-dia. Pretendemos canalizar a energia e conseguir mais facilmente atingir os objectivos», afirmou.

Para além das marchas, várias cidades portuguesas vão realizar assembleias populares, em que qualquer um poderá apresentar as suas propostas concretas. E, dois dias depois, o Orçamento de Estado para 2012 será entregue no Parlamento..

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