«Cidades de tendas» inspiram indignados de Wall Street
Protesto mundial conta com Israel no próximo sábado
Por: tvi24 / CP | 10- 10- 2011 13: 10
«Muitos dos detidos em Wall Street (Estados Unidos) são os mesmos manifestantes de Telavive», contou à Lusa Dov Ben-Lior, um dos membros do Movimento 14 de Julho, que esteve na origem dos protestos israelitas por «justiça social» durante os últimos meses.
Em Julho e Agosto, milhares de israelitas montaram grandes «cidades de tendas», principalmente na emblemática Avenida Rothschild, em Telavive.
O movimento viu as fileiras engrossadas por milhares de israelitas nova-iorquinos, com dupla nacionalidade, que de visita às famílias passaram as férias acampados nas ruas, passeios e parques de Israel.
Imediatamente a seguir à última grande manifestação, que reuniu cerca de 5 por cento da população (350 mil pessoas nas ruas de Telavive e um total de meio milhão por todo o Estado de Israel) a 3 de Setembro, muitos destes manifestantes regressaram a Nova Iorque e participam agora no protesto «Occupy Wall Street», junto a um dos principais centros financeiros mundiais.
«Nova Iorque e Telavive são próximas, há muitos cidadãos de Telavive a viver em Nova Iorque. Muitos deles foram presos e por isso acredito que o protesto das tendas foi inspirador», explica.
Segundo este activista, «a inspiração funciona nas duas direcções» e, nesse sentido, espera que «portugueses, israelitas, indianos, americanos e todo o mundo resistam em conjunto».
«É inspirador ver que o movimento está também na Índia, em Wall Street, em São Francisco. Dá poder às pessoas», sublinha.
Telavive é uma das cidades que consta do mapa do movimento global «Occupy Together», que vai dar lugar a uma manifestação convocada para o próximo sábado, 15 de Outubro.
Segundo este activista, está agendada uma marcha que vai culminar na praça do museu de arte de Telavive, onde vão ser transmitidas, num ecrã gigante e em tempo real, as manifestações em outras «frentes» mundiais e entradas via Twitter vindas de outros pontos durante o dia pela «mudança global».
«Estará a transmitir de todo o mundo e todo o mundo irá ver-nos a nós. Milhões de pessoas juntas», salienta.
O manifesto para a marcha de 15 de Outubro em Israel alerta contra aquilo que consideram os perigos do sistema capitalista.
«É nosso dever tomar uma posição crítica sobre o governo, o sistema capitalista e a comunicação, até agora mediada entre nós e a realidade. Reconhecemos que a mediação está infectada com incontáveis interesses monetários que apenas nos vêem como consumidores. Chegámos à conclusão de que não somos capital humano, força de trabalho e não somos audiência», acrescentou.
Segundo afirma o manifesto, «o sistema económico actual é tudo menos social». «Apenas serve políticos e magnatas. Uns poucos fazem milhões de dólares por dia. Basta! É tempo de pôr ponto final a este sistema opressor que nos divide e nos vira uns contra os outros. 2011 é o ano em que milhões de cidadãos constroem pontes entre diferenças e unem-se contra o sistema», conclui a mensagem.
Sem comentários:
Enviar um comentário