Jerónimo de Sousa sobre os movimentos sociais
por Nelson Pereira , Publicado em 03 de Setembro de 2011 (...)
Para 15 de Outubro está marcada mais uma marcha da Geração à Rasca. O PCP revê-se no movimento?
Creio que as novas gerações têm já uma possibilidade de se manifestarem, designadamente no dia 1 de Outubro, na grande manifestação nacional convocada pela CGTP, uma grande acção que vai transformar-se numa manifestação de protesto e de luta dos trabalhadores portugueses, e as novas gerações têm aqui um papel importante. Em relação à chamada Geração à Rasca, se quisermos usar esse nome, consideramos que são movimentos por vezes contraditórios, diferenciados até nos objectivos, nas causas que os animam. Mas é um movimento que comporta um sentimento de revolta, de indignação e de protesto, com o qual obviamente nos identificamos. Não queremos apadrinhar ou condicionar esse movimento, como digo, vemos nele elementos que são contraditórios nos seus objectivos, mas o que mais destacamos é esse sentimento de indignação e que demonstra que aqueles que afirmam que a juventude portuguesa, os que nasceram um pouco antes ou depois de Abril, o que os leva a movimentar-se tem importância, e não são aquela geração indiferente que não se preocupa nem consigo nem com o futuro. É uma manifestação positiva e nesse sentido valorizamo-la.
No recente movimento dos acampados, trazido pelos espanhóis, o Bloco de Esquerda e uns outsiders das franjas socialistas souberam aproveitar a coisa. O PCP pareceu um bocado desalojado da situação...
Não. Nós não corremos atrás das coisas nem procuramos partidarizar aquilo que é uma expressão de movimento social. Por exemplo, na manifestação de Março, o PCP foi convidado a participar e esteve lá. Mas não quis fazer nenhum aproveitamento partidário, ao contrário de outros, que sucumbiram a essa tentação.
Sem comentários:
Enviar um comentário