domingo, 4 de setembro de 2011

3 de Setembro: Grande protesto em Israel

fonte: Público

Israelitas contra os aumentos do custo de vida
Protesto em Israel leva 400 mil pessoas à rua e atinge ponto alto
03.09.2011 - 22:07 Por Maria João Guimarães


Protesto é considerado o maior por motivos sociais da história do país (Ronen Zvulun/Reuters)

O movimento de contestação que pede mais justiça social e a diminuição do custo de vida em Israel ganhou novo fôlego na noite de sábado com mais de 400 mil pessoas a protestar nas ruas de várias cidades.

Analistas tinham classificado este momento como definidor para o futuro do movimento de contestação, que começou a 14 de Julho contra o aumento do custo de vida, exemplificado no preço do queijo fresco ou da habitação. Se não conseguisse atrair muita gente para a manifestação, o Verão do descontentamento não se prolongaria no Outono. Mas o teste foi superado, apesar da participação estar bem longe do milhão.

“Hoje é o auge do movimento”, disse o activista Amir Rochman, 30 anos, à Reuters. “Não há dúvida de que este é o momento da verdade”, declarou Itzik Shmuli, outro dos líderes dos protestos, ainda antes do começo da manifestação que ocorreu em várias cidades, de Telavive a Jerusalém, passando por Haifa ou Afula. “O actual recorde são 300 mil pessoas, nós esperamos que este bata esse recorde e seja o maior protesto da História de Israel”. O momento, antecipava esperançosamente Shmuli, poderá vir a ser definidor: “Espero que daqui a uns anos as pessoas perguntem: ‘Onde estavas a 3 de Setembro?’”

O sentimento de que algo mudou é palpável: “Este não é o Israel a que estás habituado. Não é o Israel de há meses”, sublinhava o colunista do diário Ha’aretz Bradley Burston num artigo de opinião, que acabava com um apelo à participação no protesto – o apoio à contestação vinha tanto do Facebook como da imprensa de referência.

Os israelitas protestam contra o alto custo de vida – os preços das casas ou de alimentos como o queijo fresco cresceram imenso, e os cidadãos queixam-se de pagar mais por bens como automóveis ou televisores do que o que se paga na maioria dos países desenvolvidos. “Deixem-nos viver neste país”, era um dos slogans da marcha.

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