Polícias travam polícias junto ao Ministério das Finanças
Quarta feira, 28 de setembro de 2011 - 22:24
O protesto juntou cerca de 2500 profissionais José Sena Goulão/Lusa |
"Semana da Indignação dos Polícias" terminou hoje com um desfile entre o Parlamento e o Ministério das Finanças, onde alguns profissionais se exaltaram e tiveram que ser barrados pelos colegas da intervenção rápida da PSP.
Os profissionais dos serviços e forças de segurança começaram a dispersar junto ao Ministério das Finanças cerca das 20h45, após um membro da organização ter apelado à calma e lembrado que "do outro lado estão polícias fardados".
Referia-se aos agentes em serviço na zona e que acompanhavam o protesto.
Inicialmente, a organização indicou que o protesto juntou cerca de 1.500 profissionais, mas no final avançou com 2.500. Os profissionais das forças e serviços de segurança desfilaram ao início da noite de hoje entre a Assembleia da República e o Ministério das Finanças, em Lisboa, onde entregaram um documento para exigir o cumprimento das novas tabelas remuneratórias.
Ânimos exaltados
Após terem chegado ao Ministério das Finanças, aqueles profissionais exaltaram-se e, entoando palavras como "gatunos" e "nós só queremos o que é do nosso direito", atravessaram a rua e tiveram que ser barrados junto à porta principal do ministério pelos colegas das equipas de intervenção rápida da PSP, que montaram um cordão de segurança.
Posteriormente, os ânimos acalmaram-se, tendo o presidente da Associaçao Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues, e os restantes membros da Comisssão Coordenadora Permanente entregado um documento dirigido ao ministro das Finanças, Vítor Gaspar, a exigir que seja resolvida a situação salarial da PSP, GNR, guardas prisionais, Polícia Marítima e ASAE.
Tabelas remuneratórias e estatutos em causa
O protesto de hoje enquadra-se na "Semana da Indignação dos Polícias", convocada pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança.
A "Semana da Indignação dos Polícias" começou na última quarta-feira e termina com a concentração de hoje junto ao Parlamento, que depois derivou para o Ministério das Finanças.
Os profissionais da PSP e os militares da GNR exigem a aplicação a todo o efetivo das novas tabelas remuneratórias, em vigor desde 2010.
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional exige uma alteração ao estatuto profissional e tem marcado para sábado uma assembleia geral extraordinária para marcar greves até final do ano.
A Associação dos Profissionais da Polícia Marítima também exige alterações ao estatuto profissional que alega não ser revisto desde 1995.
Já o sindicato que representa os inspetores da ASAE pretende que seja criado um estatuto profissional, tendo em conta que não existem "regras" na classe.
APG recorre aos tribunais contra promoções em atraso
A Associação dos Profissionais da Guarda (APG) vai interpor uma ação em tribunal devido às promoções em atraso de 1.600 guardas, anunciou hoje um dirigente associativo.
O anúncio foi feito pelo dirigente César Nogueira, dirigente da APG, durante a concentração junto à Assembleia da República. O dirigente da APG adiantou que os 1.600 guardas já deviam ter sido promovidos em janeiro de 2010, quando entrou em vigor o novo estatuto remuneratório da GNR.
César Nogueira disse também que a APG interpôs uma outra ação judicial, contra a não aplicação da nova tabela remuneratória à totalidade dos guardas, tendo em conta que há elementos da GNR que já foram colocados nos novos índices remuneratórios em 2010 e outros, a maioria, ainda não transitaram.
O dirigente da APG pediu "uma resolução urgente do problema e criticou o Governo por responsabilizar o anterior Executivo".
Quando César Nogueira disse aos manifestantes que muitos guardas não puderam participar na concentração, "por terem sido marcadas ações de última hora" em alguns comandos, alguns guardas que estavam na concentração com os chapéus da farda atiraram-nos para a escadaria da Assembleia da República.
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