fonte: RTP
Promotores do protesto "Artistas e Públicos Indignados" apelam à participação da sociedade
publicado 14:11 15 setembro '11
Os promotores do protesto de "Artistas e Públicos Indignados" apelaram hoje à participação da sociedade em geral numa contestação que extravasa o setor cultural marcada para sábado, em Lisboa.
"Não se trata de um protesto sectorial. Eu não sou artista, há muitas pessoas envolvidas neste projeto que não são artistas", afirmou hoje um dos promotores do protesto, Paulo Raposo, professor do Instituto Universitário de Lisboa/ISCTE e antropólogo, numa conferência de imprensa em Lisboa.
Os promotores apelaram a que todos apareçam no sábado, na Praça do Rossio, para participarem num protesto centrado "na possibilidade de um novo modelo de sociedade, assente não nas questões dos debates financeiros, mas sim sobre aquilo que é o essencial: a cultura e as pessoas".
Paulo Raposo lembrou que "apesar de não ser um protesto sectorial", há "amplíssimas razões para indignação" com o estado da Arte e da Cultura em Portugal.
Na declaração, subscrita por artistas, como o músico Pedro Abrunhosa, "mas também por médicos, arquitetos ou ex-deputados, como Miguel Vale de Almeida e José Manuel Pureza", refere-se que o protesto "emerge e decorre da força conjunta de um país a requerer melhor qualidade de vida, mais e melhor democracia, mas que também luta pela possibilidade de tempo de fruição e de reflexão na sua vida".
"A Arte deve ser um dos elementos vitais para a criação de possibilidades de um outro mundo, mas também de diálogos entre visões do mundo", diz ainda a nota.
A concentração está marcada para as 17:00 de sábado, no Rossio, em Lisboa, "e em todas as praças do país que se queiram juntar", seguindo-se, às 19:00, uma reunião e debate aberto a todos os participantes, no local.
Este "movimento de cidadãos" teve conhecimento que estão a ser preparados protestos noutras cidades portuguesas para sábado, nomeadamente em Évora, Coimbra, Tavira, Caldas da Rainha e Porto, mas com "organizações independentes".
O protesto está também a ser convocado através do facebook. Na página criada nesta rede social, mais de mil pessoas já garantiram participar na iniciativa.
Os promotores do protesto são Dolores de Matos, encenadora e atriz, Eugénia Vasques, professora da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e crítica teatral, Joaquim Paulo Nogueira, dramaturgo e investigador, Leonor Areal, cineasta, Margarida Paredes, investigadora/antropóloga, Mário Nuno Neves, autarca e "público muito indignado", Paulo Raposo, professor do Instituto Universitário de Lisboa/ISCTE e antropólogo, Rui Rebelo, músico, e Sara Gonçalves, atriz.
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